31 - VIDA LATINA

FOTO: Reprodução / Internet

A cidade adormece
entorpecida, semi-morta,
mas as chaminés não descansam.

Tufos de fuligem
encobrem meu sexo
e há uma criança sem futuro assaltando
uma velha operária.

Ai, América,
como tua voz está sumida!
Tomo algumas frutas nos pomares e vejo
teus contornos industriais.

A seiva, teu sangue,
desencadeiam violências diuturnas.

No entanto, sei da dor
que trazes no peito.

Serão precisos séculos
para teus homens virem a mim
anunciar que é chegada a hora?
Hoje há outro putsch ao meio dia
e a gente nem sabe que roupa usar.

O fardamento está roto
de tantas revoluções
mas o beijo da vitória
há de ser dado
na boca do homem
que chegar primeiro e arrebatar
o cetro.
Como eu amo este teu descontrole,
bêbada América!

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