Pudibundo, aparatoso,
o homem togado,
convicto e obeso,
absolve o criminoso
de guerra – patriota,
festejando sua indômita
e voraz bravura.
Tem pressa, tamborila,
a voz, rouca, tange:
- O próximo!
As grades rangem,
Rebanhos pastam, aguardam
a vez.
Vadios, prostitutas,
bichas loucas,
estelionatários
que um camburão despejou lá fora.
Fedem.
O magistrado ri, balofo,
cego e balança a saia.
Protege a nação
da desregulada
e momentosa dissolução
dos costumes.
Grave e generoso,
grasna: - O próximo!
O código bordeja a corja
- a sala cheia, barganha.
Como reza a lei,
a salvo a tradição fica
de famílias quietas
a gerar mundanas, a
desovar foras-da-lei
inéditos e rechonchudos.
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