11 - HOMEM COME CARNE HUMANA NO CARIRI

Homens comendo homens, 

com farinha e pinga,
comendo paçoca de carne
de bunda - mole e fresca.
Nordestino véio!
Eita... muié macho sim sinhô...
Das bandas da Borborema
nordestino no meio dos cabras,
com enxerimento,
a fome danada
- ô peste!
Come diabo,
o que é do homem o bicho não come.
Homo-sensual,
mulé, fulô
- um cabra da peste
que pinta os beiços.
Um frege da gota.

- Que friage é essa, bichim?
- Num é chuva, não, meu pai.
Padim Ciço vai matar nós tudo.

Come, Aderaldo, canta,
bebe,
espanta Belzebu.

Nordestino no meio do mato
alisando a batata
da perna, chupando
cana caiana.
- Tá cum a bixiga lixa!
Êta, Severino duma gota.
Gosta, se demora,
no meio, do verde
do cacto, sentado
na coroa avermelhada
de padre - a secura.
A frescura - o medo.
Esta seca é braba, ô xente!
Nós sofre, mas nós goza...
Come Severo, come...
Este mando todo é teu.

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