15 - FELICIDADE

Procuro a felicidade 
como quem cata uma agulha 
às quatro horas da tarde 
num matagal do arrabalde. 

A polícia me vicia. 
A-guarda, solícita, me guarda. 
E permanece à distância 
expectando fuxicos. 

Duas mãos que me procuram 
liames, cordas, arames, 
se perdem - me perdem 
no matagal de arrabalde 
onde a felicidade 
às quatro horas da tarde 
é uma agulha 
que a polícia aparvalhada cata 
sem nunca achar - a gente 
sempre perdendo. 

O jogo.

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